terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Teresópolis e eu

Conheci Teresópolis em 1947, quando o acesso ainda era por Petrópolis, quase o dobro da distância atual, acompanhando meu avô em visita a uma tia reclusa no convento das Carmelitas Descalças. Em 1959, quando foi inaugurada a estrada direta, meu pai comprou um pequeno apartamento na Várzea, que todos os familiares e amigos frequentávamos com prazer, e anos depois adquiri um sítio na Fazenda Garrafão. Hoje estamos no Alto há bons anos, juntos com a filha, uma das netas e o bisneto primogênito, todos no Condomínio Comary e nós no igualmente aprazível bairro do Taumaturgo, uma ilha de tranquilidade mesmo no reconhecido sossego da cidade - às vezes, ao ir tomar sol na pracinha em frente, brinco com minha mulher que vou descer para ver a falta de movimento...
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O bairro é exclusivamente residencial, por enquanto, e consiste em apenas duas ruas paralelas, partindo da principal avenida da Cidade, unidas por três transversais, por onde circula de hora em hora um micro-ônibus da charmosa linha Cascata dos Amores, em cujos letreiros o nome do destino alterna com uma simpática mensagem de Bom Dia, Boa Tarde ou Boa Noite, conforme o horário. É o modelo mais eficiente de transporte público que conhecemos, mas não o utilizamos - mesmo almoçando fora todos os dias, preferimos usar o carro, já que todos os bons restaurantes locais têm estacionamento próprio ou próximo.
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O mundo gira e a Luzitana roda, divulgava o reclame da transportadora da minha infância, mas as engrenagens da especulação imobiliária ainda não moeram o bairro, talvez por estar em boa parte limitado pela intocável Mata Atlântica que o circunda, mas já há mansões em grandes terrenos ostentando preocupantes placas de "vende-se" nos muros. Mais do que um risco, é um fato cuja concretização, porém, não deve ser mais para nossos tempos...

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