quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Chegando lá...

"Quando eu for bem velhinho, Bem velhinho, e precisar de um bastão, Eu hei de ter um netinho, Pra me levar pela mão" Essa estrofe simples, de uma despretensiosa marchinha de Lupicínio Rodrigues, colou no meu subconsciente desde a primeira vez que a ouvi, há décadas. Fiquei sensibilizado pela imagem idealizada de netos amparando os avós no seu declínio físico, servindo como sua bengala-bastão em situações de insegurança e risco de queda, mas o tempo foi passando e os versos esquecidos. Até que... -------------------
A casa da filha, em Teresópolis, fica num platô recortado em terreno em aclive moderado. É acessada por rampa larga e suave, ladeada por hortênsias florescentes na primavera, que afunila em uma curta e íngreme escada de pedra no seu trecho final, os degraus subindo junto ao muro baixo do lado esquerdo. Não tem corrimão nem qualquer outro ponto de apoio, e isso nunca foi problema, mas agora o tempo parece estar aumentando a sua inclinação e esticando os degraus para cima, em contraponto maroto a articulações reumáticas e musculatura cansada. A cada dia vai ficando mais difícil subir e, principalmente, mais inseguro descer, até que na primeira visita após agravamento de problemas nos joelhos parei hesitante no seu topo, avaliando os riscos reais de queda e a conveniência de obter ajuda. E então... "Quando eu for bem velhinho, Bem velhinho, e precisar ... "
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