segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

O monólito da Tijuca

 

Os monólitos - monumento ou estrutura constituída por um só bloco de pedra, na definição concisa dos dicionários - foram celebrizados nos filmes da franquia 2001, Uma Odisséia no Espaço, e representariam um repositório da inteligência de Deus onipresente em todo o Universo. Voltaram ao noticiário quando do misterioso surgimento e pronta desaparição de peça semelhante, porém em aço, localizada em deserto americano. E no meio do rebuliço causado por outras descobertas recentes, me dei conta que no bairro da Tijuca, mais precisamente na Praça Afonso Pena, existe um antigo e interessante monólito pouco conhecido pelos moradores, o bloco de mármore em formato de livro que homenageia o professor Alfredo de Paula Freitas, criador do Colégio de mesmo nome.

Fundado em 1893 e extinto em 1931, o Colégio Paula Freitas ocupou prédio histórico que pertenceu ao Barão do Rosário, em uma ampla chácara na rua Haddock Lobo fronteira à rua Afonso Pena, na Tijuca, área onde hoje existe a rua Maestro Heitor Villa Lobos e o seus condomínios.

O monumento, de autoria de escultor Benevenuto Berna, foi criado em 1935 por iniciativa de um grupo de ex-alunos e autoridades públicas da cidade, e instalado nos jardins do colégio em homenagem à memória do educador. Em 3 de outubro de 1946 foi transferido para a praça Afonso Pena, e em 1999 foi tombado por lei e considerado propriedade pública do município. Seu formato de livro remete à biografia do homenageado, ao repositório universal do conhecimento humano e à onisciência de Deus, e a pedra de que se constitui simboliza a perenidade da força cultural do bairro, que sempre se destacou por acolher em suas terras estabelecimentos educacionais de elevado nível, tanto privados como públicos.

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