Nem sempre lembramos, mas além de nossas mães outras figuras femininas importantes as antecederam, nos acolheram e guiaram ao longo dos tempos - as nossas avós e bisavós. Fieis ao preceito bíblico do crescei e multiplicai-vos, as minhas avós e bisavós tiveram muitos filhos mas mantiveram uma reserva de mercado de carinho e amor exclusiva para seus netos e bisnetos, como mostram as imagens, que falam melhor que as palavras:
- Maria Emília, a bisavó paterna, conhecida como Sinhá Zoca, era uma figura austera, sempre de preto e de chapéu, teve dez filhos e inúmeros descendentes, antes de chegar a minha vez. Já viúva, convivemos por sete anos, dos quais uns três mais estreitamente, o suficiente para conhecer melhor e reverenciar cada vez mais a sua memória. Viveu por oitenta e cinco anos.
- Delphina, a Vó Pequenina, mãe do meu pai e de duas tias, tinha verdadeira paixão pelos netos mas saúde frágil. Enfrentou com rara coragem diversas internações hospitalares e sofreu muito com a perda do único neto de uma das filhas por doença infantil que evoluiu mal. Foi uma lutadora, que viveu sessenta e nove anos.
- Francisca, a Vó Chiquinha, foi mãe de nove filhos, era engraçada e adorada pelos muitos netos. Durante a crise geral gerada pela Segunda Guerra Mundial acolheu em sua casa, um sobradão de vários quartos em Vila Isabel, filhos e netos que estavam com as famílias e finanças desestruturadas, antecipando o conceito atual de coletivo num alegre festival de carências. Nos deixou aos 86 anos.
- Ironette, a Dona Irô, minha linda mãe amorosa de quatro filhos, sempre alegre, prestativa e atualizada despediu-se tranquilamente aos oitenta anos, deixando saudosos família e amigos. Obrigado, meninas, por terem dado colo e carinho àquele garotinho mimado da Tijuca!