quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

MUSEU DE CIÊNCIAS DA TERRA

 


 
Foto: Carlos Luis M.C. da Silva 

O Museu de Ciências da Terra foi  foi inaugurado em 1909 e é considerado um dos mais ricos da América Latina por suas coleções de minerais, meteoritos, rochas, fósseis e documentos únicos relacionados à memória geológica. São mais de 10 mil amostras de minerais (brasileiros e estrangeiros) e de meteoritos, além de 12 mil rochas e 35 mil fósseis catalogados. Sua biblioteca dispõe de aproximadamente 100 mil volumes de publicações relacionadas à área de geociências. Conta, ainda, com uma rica biblioteca infantil para o desenvolvimento de oficinas e atividades educativas e culturais. Está instalado na Avenida Pasteur, Urca, em um imponente prédio tombado de estilo neoclássico tardio conhecido como Palácio da Geologia. que foi projetado e teve sua construção iniciada pelo engenheiro, professor e empresário Antônio de Paula Freitas por encomenda do imperador Dom Pedro II,  para abrigar a Faculdade Nacional de Medicina, e atualmente está em obras após um incêndio que atingiu uma de suas alas,  Em 1908, porém o palácio foi escolhido para ser o pavilhão do Brasil na Exposição Nacional comemorativa do Centenário da Abertura dos Portos e no ano seguinte passou para o patrimônio do Ministério da Agricultura, sediando definitivamente o Museu.
Se, durante algum tempo, a grandiosidade e imponência do edifício do intimidou visitantes, aos poucos, o Museu foi se afirmando como espaço público de inclusão social por meio da divulgação científica e das transformações implementadas para engajar os visitantes, com destaque para as atrações do acervo e as atividades educativas ali desenvolvidas, o que inclui exposições itinerantes e a grande interação com escolas públicas e outras entidades educacionais.

 Antônio de Paula Freitas, o criador do prédio, nasceu em 1843, filho de pai português e mãe brasileira, era o mais velho de oito irmãos e perdeu o pai aos 12 anos de idade. Apesar disso, graduou-se
engenheiro Geógrafo e Civil e 
doutor em Ciências Físicas e Matemáticas pela antiga Escola Politécnica, onde foi também professor catedrático. Destacou-se em atividades profissionais e acadêmicas no reinado de D. Pedro II, tendo sido agraciado com as três comendas da Ordem da Rosa. Recebeu a prestigiada Medalha Hawshaw, honraria de origem inglesa atribuída a quem se destacasse por trabalhos acadêmicos na área da Engenharia. Foi presidente do Instituto Politécnico Brasileiro, membro do Conselho Diretor do Clube de Engenharia, do Instituto dos Engenheiros Civis de Londres, da Sociedade Francesa de Higiene, da Diretoria do Congresso Científico Latino-Americano, da Administração do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, redator da Revista da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro e Engenheiro da Irmandade da Igreja da Candelária, tendo sido responsável pelas obras de revitalização e expansão do templo e pela instalação dos seus monumentais portões de bronze. Como empresário presidiu a empresa que adquiriu as terras e promoveu a urbanização, saneamento e desenvolvimento do bairro de Copacabana. Projetou e construiu o Edifício Sede dos Correios, na rua Primeiro de Março, e o prédio da Tipografia Nacional, na Avenida Treze de Maio, demolido em 1940 para revitalização do Largo da Carioca. 

 
Antônio de Paula Freitas


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